Baile da saudade

A caminhada não terá remanso:

Duras as pedras no caminho da história.

Mas, se um dia, eu merecer a glória,

que não mereço nem alcanço,

ainda assim não terei descanso.

Serei o último lutador da rua,

beberei a última saideira,

direi que amo a mesma companheira

que há tantos anos me encanta, nua.

Que no último brinde haja amigos,

dois violeiros para uma cantoria,

duas lágrimas dos olhos de uma Maria,

que não me deixa só - quer ir comigo.

E quando um dia, no baile da saudade,

a alegria brotar de quem chorava,

farei do riso a graça que faltava,

dançando balé com a liberdade.

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 11/07/2008
Reeditado em 10/06/2009
Código do texto: T1076188