Baile da saudade
A caminhada não terá remanso:
Duras as pedras no caminho da história.
Mas, se um dia, eu merecer a glória,
que não mereço nem alcanço,
ainda assim não terei descanso.
Serei o último lutador da rua,
beberei a última saideira,
direi que amo a mesma companheira
que há tantos anos me encanta, nua.
Que no último brinde haja amigos,
dois violeiros para uma cantoria,
duas lágrimas dos olhos de uma Maria,
que não me deixa só - quer ir comigo.
E quando um dia, no baile da saudade,
a alegria brotar de quem chorava,
farei do riso a graça que faltava,
dançando balé com a liberdade.