AS DÚVIDAS DA CERTEZA

Por quê a mentira é mais crida que a verdade?

Por quê o instituto da paz, requer o preço da guerra?

Por quê a tolice virou sinônimo de honestidade?

Por quê a ambição inicia, mas nunca se encerra?

Por quê a fumaça da morte é vendida livremente?

Por quê é lícito comprar garrafas de destruição?

Por quê nos íntimos do homem, Deus é o que há de mais ausente?

Por quê o bolso é mais precioso, que os conteúdos do coração?

Por quê ninguém inventa a moda da independência?

Por quê ninguém propõe que homem e mulher, voltem a ser homem e mulher?

Por quê ninguém defende a revolução da reverência?

Por quê a diplomacia não convoca um aperto de mão entre Cristo e Maomé?

Por quê não tiramos a máscara tão fácil quanto nos despimos?

Por quê não experimentamos matar a sede com o próprio veneno?

Por quê sempre somos o oposto do que publicamente assumimos?

Por quê nunca tentamos ser grandes, mantendo o ego pequeno?

Por quê os ricos são tão pobres?

Por quê o fim é um recomeço?

Por quê falam de humildade os esnobes?

Por quê até a dignidade costuma ter preço?

Por quê não se dá valor ao íntimo valor?

Por quê o silêncio fala tão alto?

Por quê não amamos quem nos dá amor?

Por quê o precipício começa de um salto?

Por quê a justiça tem olhos dirigidos?

Por quê a moral é tão indecente?

Por quê os traidores têm tantos amigos?

Por quê um animal é mais gente que a gente?

Por quê damos o governo a quem nos desgoverna?

Por quê adoramos os péssimos conselhos?

Por quê viajamos ao futuro, com um pé na caverna?

Por quê os melhores sabores, estão nos frutos alheios?

Por quê amamos novelas e odiamos livros?

Por quê proclamamos o que nunca fazemos?

Por quê não damos casas aos velhos e vamos morar nos asilos?

Por quê inventamos as classes, se igualmente morreremos?

Por quê os idiotas inventaram o dinheiro?

Por quê os imbecis fabricaram o poder?

Por quê os vaidosos não engolem um espelho?

Por quê dependendo da pergunta, poucos se aventuram a responder?

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 11/07/2008
Reeditado em 12/07/2008
Código do texto: T1074961
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