Olha lá

Olha lá a moça que desce o rochedo

Que roda a saia e canta pro ar

Que vive sem vida

E dorme sem sono

Que morre a luz do luar

Olha lá, a virgem impura

A rosa serena, ou é margarida

que ri um sorriso de moça esquiva

e chora um choro

e briga uma briga

Olha lá, a lágrima que escorre

Gelada e cai no chão só de grama

Nas costas geladas

Da moça que cala

Do homem que olha, do homem que ama

Olha lá, o amor sem mistério

Dissimulação afetada

Ganância ou pena?

Ninguém diz mais nada

Os olhos cerrados, as bocas seladas

Olha lá, a vida sem cores

O ódio sem medo

Que estampa o rosto

E os olhos sombrios

Olha lá a moça que desce o rochedo

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 10/07/2008
Código do texto: T1074593