Limites

Limites

maria da graça almeida

Minhas janelas cerram -se quando

a emoção ousa falar mais alto do que a razão.

Tenho nítida a consciência dos limites,

sei onde se alojam meus pontos vulneráveis.

Não alimento os propósitos de um campeão

que batalha pela própria superação.

Meus passos são silenciosos,

minhas mãos, tímidas, frágeis...

Meus sonhos, desavisados, sempre

adormecem antes da concretização.

A excessiva cautela que me habita

retrai e distrai a força da intenção.

Das próprias fronteiras, conservo a percepção.

Meus marcos não demarcam, isolam.

Da impossibilidade, detenho a noção.

Meus limites não distinguem, segregam.

São chagas vivas...balizas da solidão.