Tiros e calafrios: a densidade da morte-viva - a falsidade da vida-morta!

Anti-mundo, anti-tudo!

As frestas do real focam o imaginário.

Nunca nos dizem nada!

Trè bien!

Sempre indigesta!

A vã busca de sentido,

O fustigante desespero...

Autômato!

Signos e Símbolos.

Versos de mão dupla.

Nunca se observa as manifestações de vida...

Tudo carcomido e degradado!

Frustrados!

As cenas se atropelam nessa paralisação da peça.

Ascende-se à luz tosca!

Máscaras caem na extaticidade do ato...

Brancos se distraem:

Olhos azuis não mais nos vêem...

Tudo colorido em preto e branco!

A estagnação do eco:

A caverna iluminada das luzes que nunca ascendem!

Os ventos da diáspora não mais sopram...

Os versos da diáspora socam!

As contradições do feliz desespero:

O cintilante desterro.

Feliz unidimensionalidade...

Tudo em vão!

Sim, vão bem!

Meios que se transmutam em fins!

Início de um novo relacionamento com o absurdo!

Mundo? Quem diz?

Flutuam poucos nesse turbilhão,

Perplexidades, vaidades, futilidades úteis!

Putz!

Olham em volta e sempre-nunca se enxergam.

Os últimos suspiros já se foram:

Época de gritos!

Silêncios!

Ouçam os gemidos do vento,

Frui o ar.

Os autômatos frustram pra dentro de si.

Sangue-sugas de todos os tipos.

Chupins e carrapatos.

Açoitados pela própria historicidade!

Mas quem disse que é morte?

Ponte num abismo infinito e esquecido,

Apenas...

Repenso no inverso.

Transcendo o Universo.

Transcorra!