Como nasce um poema.
Um poema nasce em qualquer lugar.
Não tem preferências nem preconceitos.
Sem religião, sem ideologia...
Sem apego à matéria, livre,
nômade, vagabundo.
Indiferente, irreverente,
aparece em qualquer lugar!
Como um fantasma,
perambula por todos os lugares:
Assusta uns,diverte outros e...
faz muitos irem às lágrimas.
Sua jornada é incerta,
às vezes tortuosa, misteriosa...
Às vezes hermética.
Misterioso e fascinante,
persegue a todos
Que têm alma nobre...
Hermafrodita e sensual, cativa,
seduz.
Engravida, dando à luz
A uma interminável prole bastarda.
É imune a doenças modernas.
Resiste soberbo a vírus e hackers.
É imortal como os deuses, eterno, infinito...
Namora a Vida, corteja a Morte!
Dissimulado e atrevido,
desafia os poderosos,
ironiza demiurgos, sociólogos
e donos da Verdade!
Segue sua interminável trilha.
Cruza campos minados
e zonas de guerra,
deixando cair aqui e ali uma sementinha...
...e um novo poema já está a caminho!
(José C.Ligeski/ago.2005)