Uma flor
Ás vezes encontro refúgio
No trem da alegria vil,
De manhã no diazepam,
Á noite no rivotril,
Ou vice-versa será?
Nem sempre me lembro, e já,
Penso que sou um tanto anormal.
Porém vejo que sou um gênio,
Com um gênio um pouco animal.
Nas minhas lágrimas lavo,
Os lábios que sorriem também
E revelam o que em mim há.
Perante injustiças não travo
E se erro no compasso,
Na rima sou singular.
Nem confusa, nem decidida.
Vorazmente devoro a vida
E tudo que ela contém.
Sentindo na pele as dores,
De ser quem sou.
Vejam as flores quantos espinhos tem.