EU NÃO SOU NADA

Às vezes, sinto que não sou ninguém

Mas as pessoas dizem que sou alguém

-Não, eu nada sou.

-Sim, tu és alguém!

Bando de mentirosos

São todos caras-de-pau

Não sabem nem mentir

Precisam aprender

O que é fazer teatro

Eu sei que não sou ninguém

Não insistam, por favor

Mesmo que alguém eu fosse

Não me trataria assim

Eu sou um anal fabeto

Sou um ignorante

Eu num sei nem inscrevê

Não sei nada, nada sei

Nem sei o quanto nada sei

Apenas Sócrates sabia

Que nada sabia

Mas eu não sei nem

Que nada sei

O que sei é que não sei

Que nada sei

Disso sei

Eu não sei de nada...

Eu não sou nada

Sou apenas o vento, um fôlego

Que traz vida a um espantalho vivo-morto

Não! Pensando bem,

Eu não sou um vento

Eu sou nada

Não! Eu não sou NADA

Eu só não sou...

Ou melhor, eu não sou EU

Não sou, só

Não! Eu não SOU

Só NÃO, e pronto!

Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira
Enviado por Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira em 13/06/2008
Reeditado em 13/10/2008
Código do texto: T1032564
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.