Prisão!
Hei, hei você ai fora... Diga-me como esta o tempo?
Diga-me se vai chover, diga-me se há sol!
Hei, diga-me se há flores nas arvores, ou se o outono já as derrubou!
Hei, me diga, pois não consigo ver, hei me diga, pois os meus olhos já não enxergam a beleza da vida.
Diga-me, conte-me tudo ai do mundo de fora!
Por favor, me diga se os pássaros ainda voam livres no ar.
Diga-me se o sol que bate em sua janela ainda é tão brilhante quanto o meu foi um dia.
Diga-me se o perfume do jasmim ainda é o mesmo, ou se o tempo o transformou.
Diga-me se o sorriso de uma criança feliz ainda é encantador.
Digam-me quais são as musicas e os filmes que passam nas rádios e televisões.
Diga-me se ainda sai com os seus amigos.
Diga-me, pois não consigo ver, não consigo ver o que o mundo foi para mim um dia.
Diga-me, pois estou preso ao frio do inverno e a uma gaiola que não me deixa voar para o calor da vida, preso a uma penumbra onde o sol não bate, preso em um lugar onde não há jardim, preso em um lugar onde as crianças foram esquecidas, aqui também não há musica, filmes e tão pouco amigos no qual eu possa conversar.
Estou preso a mim mesmo, preso a mim mesmo sem você.