Quem dera se meu jardim fosse farto
Quem dera se em meu jardim
Tivesse tão bela rosa
De pétalas brancas joviais.
E que eu pudesse, enfim,
da sacada da janela
contemplá-la de meu quarto.
E que no mundo não tivesse
flor igual a ela.
Quem dera se meu jardim fosse farto.
Quem dera se em frente minha casa
existisse um colina,
Ou quem sabe montanhas.
E que ar como que com asas
voasse até minhas entranhas.
Sem querer virou sina.
Que em cima dela tivesse
um pé de laranja-lima.
E um doce fruto que com rima
Eu não pudesse decifrar,
Que enebriasse o paladar,
Com sabor especial.
E que tivesse em seus encantos
Um envolver natural.
Quem dera se em meus poemas,
As palavras eu pudesse escolher,
Mas como me são mandados
com seu título e tema,
Nada posso fazer;
Pra tirar deles seu brilho
Precioso como ouro.
Pois meu Deus de quem sou Filho
É quem lhes dera está brilho louro.
Sem escolha assim fico eu.
Penso, este é o dom que ele me deu,
É a missão que cumprirei
Ao longo de minha estrada.
Até o triunfal passo,
O último que darei
No fim da minha jornada.