Quem dera se meu jardim fosse farto

Quem dera se em meu jardim

Tivesse tão bela rosa

De pétalas brancas joviais.

E que eu pudesse, enfim,

da sacada da janela

contemplá-la de meu quarto.

E que no mundo não tivesse

flor igual a ela.

Quem dera se meu jardim fosse farto.

Quem dera se em frente minha casa

existisse um colina,

Ou quem sabe montanhas.

E que ar como que com asas

voasse até minhas entranhas.

Sem querer virou sina.

Que em cima dela tivesse

um pé de laranja-lima.

E um doce fruto que com rima

Eu não pudesse decifrar,

Que enebriasse o paladar,

Com sabor especial.

E que tivesse em seus encantos

Um envolver natural.

Quem dera se em meus poemas,

As palavras eu pudesse escolher,

Mas como me são mandados

com seu título e tema,

Nada posso fazer;

Pra tirar deles seu brilho

Precioso como ouro.

Pois meu Deus de quem sou Filho

É quem lhes dera está brilho louro.

Sem escolha assim fico eu.

Penso, este é o dom que ele me deu,

É a missão que cumprirei

Ao longo de minha estrada.

Até o triunfal passo,

O último que darei

No fim da minha jornada.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 05/06/2008
Reeditado em 22/03/2017
Código do texto: T1021305
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