DESLIZES
Às vezes tenho medo de pensar em comedir meus extremos
E de abdicar das revisões em torno do que pondero
Ser assimilado pelas fúlgidas intimações dos maus pressentimentos
E assumir apologias por coisas que eu não quero!
Penso não fraqueja, perante a peleja irrestringível
Porque não posso renunciar às conquistas de minha consciência
Se já foram meus dias onipotentes e hoje me sinto atingível
Pressionado entre as paredes opostas da convicção e da transigência!
Indubitavelmente voaram meus dias e ficou uma lição
De que o mundo mal me obriga a não sorrir gratuitamente
Por isso já não me permito mais edificar discernimentos sobre a intuição
Tampouco ser corpo saudável sob o comando de uma enferma mente!
Nesse presente momento os meus deslizes me cobram muito mais caro
Pois o fruto do desacerto repercute na solidão de minha coletividade
Não sou mais o proprietário de um nariz - sou referência e amparo
Posto que a semente impensada lacrimejaria nas pétalas da posteridade!
Que me traga leveza interior, o sumo dessa reflexão
Porque meus tropeços serão as setas indicativas da minha herança
Que meus erros confessos absolvam a inocência de minha condenação
E minha paz jamais pereça ao fio de uma arrependida lança!!