DESLIZES

Às vezes tenho medo de pensar em comedir meus extremos

E de abdicar das revisões em torno do que pondero

Ser assimilado pelas fúlgidas intimações dos maus pressentimentos

E assumir apologias por coisas que eu não quero!

Penso não fraqueja, perante a peleja irrestringível

Porque não posso renunciar às conquistas de minha consciência

Se já foram meus dias onipotentes e hoje me sinto atingível

Pressionado entre as paredes opostas da convicção e da transigência!

Indubitavelmente voaram meus dias e ficou uma lição

De que o mundo mal me obriga a não sorrir gratuitamente

Por isso já não me permito mais edificar discernimentos sobre a intuição

Tampouco ser corpo saudável sob o comando de uma enferma mente!

Nesse presente momento os meus deslizes me cobram muito mais caro

Pois o fruto do desacerto repercute na solidão de minha coletividade

Não sou mais o proprietário de um nariz - sou referência e amparo

Posto que a semente impensada lacrimejaria nas pétalas da posteridade!

Que me traga leveza interior, o sumo dessa reflexão

Porque meus tropeços serão as setas indicativas da minha herança

Que meus erros confessos absolvam a inocência de minha condenação

E minha paz jamais pereça ao fio de uma arrependida lança!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 04/06/2008
Reeditado em 07/05/2013
Código do texto: T1018996
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