Pela borda da taça

Anoitece.

O outono inverna.

As estrelas sentem frio.

Ruas cansadas

De passos exaustos.

Portas abrem com ruídos.

Chinelos arrastam.

Mãos fadigadas.

Corpos buscando abrigo.

Anoitece.

Lá, onde o agito perdura,

Bocas sorriem de tudo.

Embalada pela balada

Sonho sonhos vagabundos.

Escorre-me pelos lábios

Vinho sabor mundo...

Principia junho.

Na garganta, sem lamento,

Canto a canção do vento.