O poeta no topo da montanha
...e o poeta, a contar estrelas no topo da montanha escamoteava considerações acerca da natureza humana sem perder, atento, o desandar frenético da megalópole elétrica disposta à sua frente. Lembrou-se, sem saber porque, de Bernardo Bertolucci a dizer:
“Por não sabermos quando morreremos, achamos que a vida é inacabável.
Mas algumas coisas acontecem, de vez em quando. Poucas, aliás.
Quantas vezes vai se lembrar de uma certa tarde na infância...
Uma tarde que faz parte de você tanto, que não imagina sua vida sem ela.
Mais 4 ou 5 vezes.
Talvez nem isso.
Mais quantas vezes vai ver a lua cheia?
Umas 20, talvez.
Ainda assim, tudo parece ilimitado.”