Revirador de Tumbas
Viver revirando túmulos
Buscando entre ossos tesouros
Andando ao lado de Anubis
Procurando algo vil e duradouro.
Um museu embalsamado de fantasmas,
Espiritos que ainda gritam teus hinos
Numa voz tão alta, letrada e icoerente
Que fere a quem menos se percebe.
Devorar crânios vazios,
Roer ossos, lamber tampas...
Ser como o chacal é pela noite,
Um necrófilo com sede de conhecimento;
Uma pá na mão, uma mão já negra,
Dentes trincados de abrir sepulturas,
O olhar cada vez mais escuro...
A expreção severa de um faraó.
Os mortos guardam segredos expostos
Da maneira mais simples que existe,
Guardando dentro de suas mentes e escritos
Escondidos abaixo das terras sem nada;
Por isso sou um revirador de tumbas,
Servo do grande cão negro egípcio
Alimentado pelos defuntos já podres
Esquecidos dentre a terra cega dos vivos.