EU CRIANÇA

Não fui criança arteira

Filha única, tinha que ser boa

Não participei de brigas

Apenas uma vezinha à toa.

Sempre fui condicionada a ser

Um exemplo pra família

Isto me retraiu, fiquei tímida

Quieta, parada feito mobília.

Mas a minha mente

Sempre trabalhou incansavelmente

Descobri ainda menina

Que os livros são amigos da gente.

Me ensinaram e ensinam

Tantas coisas maravilhosas

Deles, tornei-me devoradora

Me proporcionam viagens prazerosas.

O que hoje sou é fruto

De uma vida de livros envolta

Aprendi a questionar

Pra afirmações querer respostas.

Me desvencilhei da timidez

Tornei-me um grilo falante

Além de sociável, alegre...

Alguém que ver além, ser pensante.

Porém carrego algumas marcas

O que pra muitos é banal...

Para mim ainda é irreal

Estou aprendendo a ser "normal".