As 24 horas do Dia
Passamos as horas do dia,
Embasbacados, perdidos, indiferentes.
Não amamos mais nossos filhos,
Não brincamos, sorrimos, não estamos contentes.
Deixamos de plantar árvores,
Pra queimar as que nos restam,
Em busca de dinheiro,
Não se escuta, não se conversa.
Esquecemos de orar,
Agradecer a Deus o pão,
Apenas nos indignamos,
Se só nos oferecem arroz e feijão.
Não paramos pra pensar,
Na fome que assola a nação.
Odiamos tanto,
Esquecemos de amar,
O beijo foi extinto,
Em troca de trinta moedas,
Traído, dissimulado,
O mal é a melhor oferta.
Quanto tempo não vivido,
Quanta busca e ambição,
Não se olha mais nos olhos,
Não se oferece mais a mão. O perdão!
Por que se esquece do Criador,
Do que por nós se doou no calvário por amor?
Quem nos intenta a inveja, a melancolia?
Quem nos leva ao abismo das drogas,
Da loucura, da soberba, da leviandade?
Se ser simples, amar a todos, cuidar do corpo,
Estar de bem com a vida é mandamento da divindade?
Minutos a espera da recompensa, do prêmio por fazer o bem,
Dever-se-ia amar sobrenaturalmente sem olhar a quem,
Viver cada segundo, sentindo o ar nos pulmões,
Olhando o céu de estrelas, emocionado com as canções,
Dos pássaros imigrantes que nos dão exemplo de vida.
Vivem de galho em galho, não lhes faltam a comida,
Pousam e dormem em segurança,
Não vivem na nobreza,
E cantam e encantam são satisfeitos com a sua natureza.