A 24 HORAS DO FIM

Fico eu a imaginar, ao longo dessa calma madrugada;

Se tivesse hora marcada, o desfecho dos universos;

Se diversos avisos me viessem, de que a amanhã não haveria mais nada;

Seriam meus próximos atos corriqueiros ou controversos?

Se apenas um dia me restasse, pra que da vida eu desfrutasse;

Sem nenhum impasse, eu o faria sobremodo oposto a todos os anos;

Desprezaria todos os planos, induziria minhas mágoas a que tudo perdoasse;

E como que por um passe, viveria as conquistas, em detrimento dos desenganos!

Olharia mais demoradamente para o céu, respiraria fundo diante do mar;

A TV iria desligar, banharia na chuva e com meus filhos brincaria;

Faria tudo que o medo me impedia, e esqueceria de sair pra trabalhar;

Desistiria de ir às compras, e todos os meus erros confessaria!

Daria menor importância, ao que separa o tino do desatino;

Como um menino eu sorriria, e várias árvores plantaria;

Condenaria tudo que me cala, e mudaria o mal que atribúo ao destino;

Independente do toque do sino, de Deus eu me aproximaria!

Declararia o meu amor, sem o temor das consequências;

Esqueceria as aparências e mostraria o homem que de fato sou;

Além do que dou, muito mais eu daria, sem esperar por recompensas;

Diria adeus a prazeres sem consistências, para priorizar o amor!

Creio que amanhã, a esta hora da madrugada, o mundo ainda existirá;

E me pergunto: se já não ignoro a virtude, por quê não a pratico?

Digo que o despertar da consciência, independe do mundo acabar;

Amar e praticar o bem, é meu dever de agora, enquanto estou vivo!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 26/05/2008
Reeditado em 16/07/2008
Código do texto: T1005909
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