O INCRÍVEL INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA DAS MÁQUINAS...

O INCRÍVEL INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA DAS MÁQUINAS...

“As pessoas vivem com pressa...”

Um dia escreveu Raymund Hazullw.

Realmente, é uma pura verdade, estamos atrelados a maquina da modernidade. Somos um amontoado de forças, uma massa mecanicamente física que é absorvida centímetro por centímetro de cada um de nós.

Somos criados, alimentados, engordados, capacitados, aperfeiçoados para o abate, levados ao matadouro, que irão nos consumir pouco a pouco, dentro das imensas engrenagens do mundo entre maquinas.

Os homens e mulheres máquinas! Seres mecanismos vivos! Seres biocombustíveis das máquinas de metal! De metal sem vida...!

Rebelemo-nos contra as maquinas, contra a tecnologia que cria novos homens e mulheres perfeitamente sem vida, sem gostos, sem dores, com viseiras e consumíveis (peças sobresselentes e removíveis).

O mundo inteiro é um verdadeiro criadouro de animais para o consumo próprio, privado e coletivo, onde nós somos nossos próprios consumidores. Produzimos e pagamos por aquilo que nós consumimos ou consumiremos em um período de apenas cinqüenta ou oitenta anos, é pouco tempo para sobrevivermos. Mas quem sabe, se não houvesse tantos modos do ser humano consumir ou ser consumido, talvez vivêssemos um pouco mais...

Hoje, na época em que vivemos, é muito irônico, falarmos em qualidade de vida, boa alimentação ou saúde mental, se as próprias pessoas estão morrendo dentro das sociedades, dentro delas mesmas. É muito incoerente, termos de ergue uma ou mais bandeiras para saudar a Deus, o Diabo ou o próprio ser humano. Pois somos culpados por qualquer mazela que aconteça no mundo, ou no meio ambiente, a nos mesmos...

Então Por que não desligamos as maquinas? Essas corruptoras do bom senso. Contadoras de dinheiro que a cada um de nós é atribuído. Afinal, quanto custa cada um de nós? Será que somos apreciados por nossas cores? Ou será por nossa juventude vigorosa? É algo que nós mesmos devemos perguntar e responder todos os dias enquanto estivermos voltando para nossos lares. Para os nossos...!?

Enfim, já que não passamos de peças descartáveis, ate porque não somos eternos, e se fossemos, ainda seriamos mesmo assim substituíveis, por causa do estresse. Mas é incrível como damos nomes a quase tudo, e quando não sabemos o nome, damos o nome de coisa. Realmente somos coisas incrivelmente insatisfeitas com tantas outras coisas que nos deixam, sem eira e beira. Que coisa não é?

Mas existe algo tão ridiculamente sublime e magnífico no ser humano, que faz com que o próprio criador venha ter crises de inveja, da sua criatura criadora, que é a notável divindade da auto-reparação, algo que nem um, outro ser vivente na face da terra possui. Isto sim é um instinto fascinante da sobrevivência ou não.

Mas ainda somos maquinas e peças sobresselentes, com código de barra e preço expostos para venda. Só não entendo as ..., ..., ..., as !, !, ! e as ?, ?, ? do AMOR.

Anna Voegg.

Dos Escritos cotidianos para MARY DOM (Cartas nunca lidas)

Belém, 05-05-08.

augustopoeta
Enviado por augustopoeta em 23/05/2008
Reeditado em 22/07/2011
Código do texto: T1002180