Cobra

A cobra que não dá o bote

Vai ter pouca serventia.

É como versos sem mote

Nas noites de cantoria.

É vestido sem decote

No belo corpo de Lia.

Como água fresca do pote,

Porém que ninguém bebia.

Cobra que não tem veneno,

Como vai se defender?

É como um verso obsceno,

Que ninguém vai entender.

Como vestido pequeno

No corpo que vai crescer.

Como a água no sereno...

Só serve para adoecer.

Belém, 19 de abril de 2025

Luís Xavier
Enviado por Luís Xavier em 19/04/2025
Reeditado em 25/04/2025
Código do texto: T8312939
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