Cobra
A cobra que não dá o bote
Vai ter pouca serventia.
É como versos sem mote
Nas noites de cantoria.
É vestido sem decote
No belo corpo de Lia.
Como água fresca do pote,
Porém que ninguém bebia.
Cobra que não tem veneno,
Como vai se defender?
É como um verso obsceno,
Que ninguém vai entender.
Como vestido pequeno
No corpo que vai crescer.
Como a água no sereno...
Só serve para adoecer.
Belém, 19 de abril de 2025