O rio

O sol da manhã clareia o céu limpo e ilumina a água marrom

A cheia da chuva de ontem deixa as margens com praias de plástico e outros dejetos

Refrigerantes

Fraldas

Sacolas

Roupas

Pneus

Pedaços de boneca

Um rato morto

Na marginal os carros passam com pressa, ignorando o cidadão que tem como casa uma lona pendurada numa árvore cujas raízes tocam a água

Nas pedras do leito alguns cágados tomam

Faz calor, o cheiro podre sobe dos canos de esgotam que lá desovam

Um colchão velho navega ao sabor da correnteza

Rodrigo Margini
Enviado por Rodrigo Margini em 01/04/2025
Código do texto: T8299211
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