Infantis ilusões diante do paradoxo do existir
Algumas coisas de tão simples que são parecem banais:
Todos os dias o sol desponta no horizonte, e isso se repete dia a dia.
Mesmo assim nunca é igual no planeta azul iluminado pelo astro rei.
A Física não mente: tudo gira, se aproxima ou se afasta
Não é uma dança perfeita, ou melhor, sem acidentes
Cometas, asteroides, meteoritos até mesmo estrelas
Começo, meio e fim entre explosões, buracos negros, caminhos de minhoca.
Conhecemos tão pouco ainda e o céu noturno carrega lembranças de eras,
Do que já foi e não existe mais...do novo que emerge em meio ao caos.
É tão simples acordar e não ter dúvidas: o sol anuncia o novo dia.
Noite e dia estão girando e acontecendo em todo lugar.
Nossos sentidos e nossa razão tocam a superfície da sinfonia planetária.
Sentimentos de todo tipo afloram nas metáforas de um louco sonhador.
O novo dia é recomeço, não existe uma noite que dure para sempre,
O que era medo vira alegria e desejo por novos horizontes.
Parece estável, seguro e rotineiro o que a aurora trás.
No tempo de uma vida, não importa quanto ela dure,
O imutável, o estático nada mais do que infantis ilusões.
Um ser vivo, qualquer espécie, parece um simples arranjo de carbono.
Um quebra-cabeças biológico em constante devir.
Frágil mais adaptado, simples, mas paradoxalmente complexo
Miríade de combinações, possibilidades na interação natureza/planeta.
A vida flui, começa e termina, se diversifica, reinventa-se.
A ‘pegada humana’ não é uma invenção da modernidade
Tentando medir o impacto de nossa presença no mundo
Indiferentes ou apaixonados, utilitaristas ou encantados com o ‘mistério’,
Para o bem ou para o mal somos agentes da mudança.