SOB O VÉU DA NATUREZA

A brisa suave, que dança nos campos,

Beija teus cabelos, ó doce donzela,

E em teu olhar, tão puro e sereno,

Vejo o reflexo da estrela mais bela.

Teus dedos leves, qual seda a deslizar,

Encontram os meus num toque sutil,

E a natureza, em seu eterno cantar,

Celebra o amor que nasce em abril.

As flores se inclinam, num gesto de amor,

Ao ver teu sorriso, mais brilhante que o sol,

E o rio, que corre em manso fervor,

Murmura segredos ao nosso arrebol.

Os pássaros voam, num céu de veludo,

Entoando hinos ao nosso desejo,

E o vento, que é frio, mas traz algo mudo,

Sussurra promessas de um eterno beijo.

Ah! Se a vida nos der apenas um dia,

Para viver este sonho sem fim,

Que seja sob a luz da poesia,

Onde eu sou teu, e minha és enfim.