342°
Por muito tempo evitei o espelho
Um espectro fétido e asqueroso
Com medos e receios sobre a vida
Enclausurado nas relações supérfluas
Um cidadão de muita leitura e pouca ação
Abreviando a vida em palavras rabiscadas
Dando sentido nulo ao sentimento
Um atlas que não segura o mundo
Caído no chão das explorações
Sentimentalista de vocabulário em construção
Evitando o contato físico
Para viajar no campo da imaginação
Reflito o reflexo dos pensamentos precoces
Saio da inercia para caminhar na escuridão
A luz no fim do túnel é o sol da solução
Olhei para o espelho na semana passada
E o deixei em pedaços
Partido por minhas elucubrações
Estava louco quando fiquei sã
São assim que se começa as loucuras.
Otreblig Solrac - O poeta burro