Filho da Terra, Guardião dos Bichos
Nasci pra ser do mato, da rua,
Onde a pata macia pisa sob a lua.
Onde o latido rompe o silêncio,
Sou escudo, sou braço, sou pertencimento.
Treze almas correm ao meu lado,
Matilha de fé, amor alado.
Cada olhar, ferida e cicatriz,
Me lembra que lutar por eles me faz feliz.
Resgato do frio, arranco do medo,
Ofereço o peito, faço o enredo.
Não sou herói, sou chão, sou irmão,
Quem dá a vida sem hesitação.
Por cada vida que pede e implora,
Minha força se ergue e não vai embora.
Enfrento o homem, o mundo e o aço,
Se preciso for, sou muro, sou braço.
Nasci pra ser dos animais,
Em cada latido, encontro meus iguais.
Eles me ensinaram: amar é raiz,
E na matilha, eu sou feliz.