Encantos Noturno

De regato, campina e gado, de estrada velha de chão, um casebre de palha e um monte.

Doce a tal felicidade, simples, um sorriso de menino.

Na trilha funda e um riacho, de peneira e anzol, deleita o caboclo, um gozo de matuto.

E um sol sorria entre os vales, passaredo, mata fechada, e um ar de paz e silêncio.

Cigarras, sábias, pocas e laranjeira.

O relógio sofre inútil, de parede, um prego de tédio.

Solidão é um bicho, verme da alma e coração.

Espanta e morre em correnteza, despedaça nas quedas e beleza de águas.

Vai se a tarde, cai a bruma, dorme o clarão, chega a turva junto à lua.

Caboclo de pé no chão, rede, café, lampião, um anúncio matutino.

Chaleira, pau de cerne, fumaça de chaminé.

Cachorro campeiro atento, companheiro, amigo, irmão.

Vem se o dia, o cio não cessa, da terra fecunda se o pão.

E assim segue se a vida, o caboclo, o mato, o chão.

São coisas de minha terra, belezas de meu sertão.

João Francisco da Cruz