324°
Solidão das frutas maduras
Derramando o seu sumo
Esmagadas pela queda
Apodrecidas nas árvores
Comidas pelos insetos
Jogadas aos porcos
Num domingo triste
Abelhas polinizando
Lagartas em conjunto
Numa jornada religiosa
Prontas a acabar com a flora
Comendo por necessidade
Para se transformarem
Em casulos herméticos
Rasgados no momento exato
Para que possam voar
Não como dédalo
Mas como insetos “fantásticos”
Otreblig Solrac - O poeta burro