O Jardineiro Cresce com o Jardim
No silêncio profundo onde a terra respira,
O jardineiro se curva, sua essência se inspira.
Com as mãos na argila, ele toca o infinito,
Cada semente é um sonho, um futuro bendito.
As flores que desabrocham são ecos do passado,
Histórias entrelaçadas em um solo sagrado.
Ele observa as cores, a dança da luz,
E entende que no jardim, a vida é uma cruz.
As raízes se aprofundam, buscando a verdade,
E o jardineiro aprende sobre a fragilidade.
Cada folha que cai é um lamento sereno,
Um lembrete de que tudo é efêmero e pleno.
A chuva que cai traz consigo a dor,
Mas também a renovação, o renascimento do amor.
Ele sente a umidade que penetra na pele,
E percebe que o crescimento é um ciclo que não fere.
Os pássaros cantando são vozes de esperança,
E o jardineiro escuta, em profunda confiança.
Cada canto é um verso na sinfonia do ser,
Um lembrete suave de que é preciso crer.
As ervas daninhas surgem como sombras do medo,
Desafiando seu espírito, testando seu enredo.
Mas ele não se desespera; com sabedoria e calma,
Arranca o que não serve e nutre sua alma.
O sol se põe lentamente, tingindo o céu de ouro,
E o jardineiro reflete sobre seu próprio tesouro.
Cada flor que desabrocha é um pedaço de si,
Uma parte da jornada que nunca tem fim.
No calor do verão ou na brisa do outono,
Ele descobre que a vida é um eterno trono.
Os frutos amadurecem sob seu olhar sereno;
Cada colheita é um gesto de amor pleno.
As sombras das árvores oferecem abrigo e paz,
E no murmúrio das folhas ele encontra sua voz.
O jardim se torna um templo onde medita e sonha;
Na simplicidade do ser, sua alma se empanha.
Nos dias nublados, quando a tristeza se aproxima,
Ele busca no silêncio a luz da rima.
Cada gota de chuva é uma lágrima clara;
No ciclo do viver, a dor também prepara.
O ciclo das estações ensina sobre tempo:
Que tudo tem seu lugar e cada dor é um exemplo.
O jardineiro cresce em cada despedida;
Na fragilidade da vida encontra sua medida.
Os insetos que zumbem trazem lições sutis,
Sobre harmonia e paz em mundos tão frágeis.
Ele observa as danças da natureza em festa;
Na diversidade do ser reside a resposta.
Quando chega o inverno e a terra se aquieta,
Ele sabe que há beleza na pausa discreta.
No frio do silêncio há espaço para ouvir:
Os sussurros da vida que insistem em existir.
Ao final de cada dia, quando o sol se despede,
O jardineiro contempla tudo o que lhe cede:
As flores murchas e os brotos renascendo;
A eterna transformação em constante aprendendo.
E ao olhar para trás em sua trajetória rica,
Verá não só plantas; verá sua mística.
Um homem e seu jardim: uma união sagrada;
Crescendo juntos na jornada encantada.
Por isso ele sorri ao amanhecer radiante;
Sabe que no cultivo há amor constante.
O jardineiro cresce com o jardim florido;
Na dança da vida encontra seu abrigo.
Assim como as flores se abrem ao sol da manhã,
O jardineiro floresce na paz da sua afã.
E no ciclo eterno entre vida e morte,
Descobre no jardim seu verdadeiro norte.