Ciclo vivo
.
.
Respiro o ar da manhã, tão leve,
O aroma do dia que desperta.
O sol ascende, desenha o céu,
E o mundo se move, em sua dança certa.
Sou parte da terra, da brisa, do mar,
Do fluxo que vem e insiste em passar.
O instante que nasce, o instante que vai,
E mesmo que findo, um novo começa.
Na noite, respiro o silêncio profundo,
Sob estrelas que brilham, eternas vigias.
Aceito o mistério que envolve o mundo,
A morte, a vida — irmãs e amigas.
Ser é um presente, breve e sublime,
Cada folha que cai, cada flor que se abre.
Pertencer ao ciclo, ao ritmo que exprime
A verdade da vida: o eterno que cabe.
E assim eu respiro, sem resistir,
Sendo o rio que corre, o vento que passa.
No findar do momento, há o que há de vir,
E na aceitação, minha alma se abraça.