Hipocrisia do mundo vivo
No raiar do dia nos encontramos.
Entoamos nosso cântico.
Construímos nossas casas.
Cuidamos dos nossos filhos.
Quando chega a noite
cessamos nosso canto,
deitamos em nossas palhas
e guardamos nossos ninhos.
Na manhã seguinte vem o barulho.
Derrubam nossas matas,
quebram nossas asas,
destroem nosso ciclo.
Roubam nosso teto,
vendem nossas crianças
e nos chamam de bichos.
Então nos dão novas casas.
Reconstroem nossos vícios.
E assim vamos seguindo,
contemplando a hipocrisia
do mundo vivo.