Meus pais devem ter enlouquecido
Meus pais devem ter enlouquecido
Em um dia de sol brilhante à tarde
Ao invés de trazerem comidinhas
Para mim e meus irmãos nos levaram
Para fora de nossa casa e só daí pudemos
Divisar a altura do penhasco onde estávamos
Embora estivéssemos abrigados dentro do caule
Frondoso de uma árvore protegidos ali de predadores
Pois os dois e não somente um deles em sua loucura
Começaram a empurrar meus irmãos para o abismo
As nossas asas havia pouco tempo ganharam penugens mais
Fortes e não estava certo poderia me livrar da escarpa
Meu irmão foi impelido para fora do lar nos abrigara e voou
E logo em seguida meus dois outros irmãos foram obrigados
A bater as asas e flutuar e eis que chegou a minha vez quando
O medo me tomou as alças e sem alternativa pois a força de
Meus pais me lançou abri as asas e pairei sobre o abismo e
Senti o vento me levar por força das penas nas ansas estive
A dar voltas por sobre o ar e quando decidi voltar à nossa antiga
Casa encontrei meus irmãos me disseram meus pais haviam destruído
Nosso antigo ninho e haviam sumido e agora era cada um por si e
Cada um de nós deveríamos procurar uma parceria e construir
Uma nova casa não é possível meus pais sejam tão sem juízo para
Nos deixar assim nesse mundo tão cruel e de tantos perigos.
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 19 de outubro de 2024.