Jabuticaba
Jabuticaba (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)
Hoje é dia de finados.
É feriado e muitos ficam parados.
O sol brilha forte pela manhã
De tão quente parece talismã.
O pomar está em festa,
Porque tem jabuticaba e as vespas fazem seresta...
As maritacas gritam no alto da galhada
De tanto que falam até dão gargalhada.
O lavrador, com o corpo suado,
Repousa a enxada no tronco da jabuticabeira e fica admirado
Em ver tanta fruta madura
Para aliviar-lhe a sede e a secura.
Apanha uma, duas, cinco, seis, sete...
Bate a mão na cintura e lembra que esqueceu seu canivete
Perto do rio, acima da pedra formosa.
Então apanha mais fruta, que está mais saborosa.
Fica por ali algum tempo até o sol se esconder no horizonte.
De barriga cheia e já saciada a sede, olha para frente
E vê abelhas e vespas se aproximando,
Pois parece que elas estão, daquele lugar, lhe expulsando.