Cicatrizes da Queimada
O fogo avança, impiedoso e forte,
Consome a vida, espalha a morte.
A grama verde vira carvão,
Onde havia sombra, só devastação.
A fumaça sobe, o céu se apaga,
O vento carrega cinzas na saga.
Pássaros fogem, a floresta emudece,
E a terra, em silêncio, chora e padece.
Mas mesmo ferida, ela insiste em brotar,
A natureza é forte, tenta se renovar.
Ainda assim, cada chama é uma dor,
Cicatriz profunda que apaga a cor.
Resta o apelo em meio ao escuro,
Que sejamos por ela um pouco mais puro.
Pois cada floresta é um lar, um abrigo,
E cuidar do planeta é cuidar do amigo.
Helena Bernardes,
out, 2024