Essa cidade dos ricos , virou uma enorme lata de lixo

Cai o mundo lá fora

O céu chora

Vejo essa tempestade oriunda

da crise climática , da minha janela

Acho que , daqui do quarto andar

não corro o risco de me afogar

Essa urbe é revestida de concreto e aço

sem árvores, que a façam respirar

com o rio assoriado , sem mata ciliar

Fato , logo essa cidade

estará debaixo d'água

com a poluição do plástico

com a infestação de ratos

Como o homem pode ser assim

tão auto-nocivo ?

Destrutivo e ignorante!

Fizeram dessa cidade grande

uma enorme lata de lixo

Tudo por ganância desmedida

por dinheiro poluem e matam vidas

Aqui quando enche , em nada se parece com a romântica Veneza

aqui vemos o caos , que a miséria provoca

Essa cidade vai ,virar um mar sem sal

com tanto cimento da Votorantim

com tanto aço da Gerdau

e , mesmo com tanto progresso

vejo barracos em áreas devastadas

tragédias são anunciadas

Se não preservamos a natureza

Se não , plantarmos árvores

essa cidade em poucos instantes

vira uma Atlantes

Assistirei aqui do quarto andar

Outra calamidade urbana

Claro se esse prédio não desmoronar

A cidade mais rica do Brasil

Virou uma enorme lata de lixo

Rio Tietê e Rio Pinheiros

São sanitários a céu aberto

Sem árvores e matas ciliares

São banheiros revestidos de concreto

NEREU AIRTO AMANCIO FILHO
Enviado por NEREU AIRTO AMANCIO FILHO em 20/10/2024
Reeditado em 20/10/2024
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