Plenitude em Flor

Ramalhete, de orquídea, suave encanto,

A leveza dança ao vento, em silêncio,

Uma aura singela, em perfume tanto,

Desenha a essência da vida, no tempo.

Escarpas erguem seu olhar altivo,

Mas a flor, em ternura, é só suavidade,

Entre a pedra e o céu, resiste ao cativo,

Sendo puro reflexo de imensidade.

No íntimo, brota um suspiro eterno,

Plenitude que nasce do interior,

Como quem descobre o vasto inverno

E transforma o frio em quente fulgor.

Essência rara, a vida floresce,

A cada pétala, segredo guardado,

Como quem, lentamente, amadurece,

E do silêncio faz sublime legado.

Num gesto singelo, enlaça a brisa,

Trazendo à alma um sutil despertar,

Como quem no espaço da tarde frisa

O tempo, que, enfim, aprende a amar.

Em sua essência, não há pressa ou dor,

A vida se desenha em quieta dança,

Entre o hoje e o ontem, pleno esplendor,

Feito sonho, que o destino alcança.

Orquídea em flor, és tão rara e plena,

No silêncio, tua beleza ecoa,

És um mistério, uma luz serena,

Que na alma do tempo, lento, ressoa.

És o encanto que o ser busca e anseia,

Suavidade que a vida ilumina,

Entre escarpas, teu perfume permeia,

E na plenitude, tudo culmina.

Messias, 14.10.2024

Mano Messias
Enviado por Mano Messias em 14/10/2024
Código do texto: T8173257
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