Coletânea - Primavera de Marli Franco

Setembro nos Beirais

Quando a sombra da noite azulada, na colina quebrar

Os pássaros com belas sinfonias sugerindo despertar,

Como violonistas em audição, marcando façanhas...

Surgem os toques de suaves emoções, na luz da manhã...

Quando o dia desperta, com canto afinado dos pardais

Na cama as cobertas se espreguiçam, com sorrisos surreais.

Um raio de preguiça empurra a fina silhueta, que cai da janela...

Se estendendo com bocejos e gracejos, na tênue primavera...

Então o dia já brilha lá fora, com picos de refinado humor

O café da manhã deixa rastro de aroma com doce langor,

As mãos ativam afazeres e os pés acrobacias desiguais...

As janelas ficam arejando deleites do pequenino jardim,

Perfumes de hortelã se misturam com azaléia e jasmim,

Eu fixo meu olhar maravilhado, com setembro nos beirais...

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®

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Estações da Inspiração

Quando chegaste como chuva de verão

Os dias ainda mesclavam primaveras

Sorri sem pensar como flores das cerejeiras

Mergulhei no rio abraçando tua inspiração.

O sutil e insuperável o querer soberano

No outonal apaixonante e encantador

Carrega nas nuvens, forte e perturbador

Impera só a razão no encanto do outono.

Quando me transformei em flores do silencio

No inverno avistei tuas margens e a ilusão

Nas brisas renovadoras perfumei a tua paixão

Em um ato invernal bebi teu cálice de anseios.

A primavera brinca nas cerejeiras

A alma dança sorrindo a beleza de recriar

Na esperança as flores vêm embelezar

Aromatizando as margens da vida faceira.

As estações nas asas do tempo ensinam

No aroma do vento domina o momento

A natureza em mim veste flores e sentimento

No solstício sublime do silencio é redigida.

Marli Franco

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Setembro de Amor

Setembro em mim chegando com ele o teu perfume tocando...

O meu sentir neste amor que floresce sensível assinalando,

O tempo não existe em nós só a fragrância do nosso viver,

A efemeridade do sentir além das estrelas vem renascer.

O meu ser esta em ti amor , sinto tua voz deslizando

Sonorizando um mantra que floresce amanhecendo...

O jardim d’alma se alastra um perfume de nostalgia,

Agraciada sou sorrisos de amor no ar elipses de energia.

Sinta amor o meu perfume um risco de luz bem sei.

Acho que madressilvas em pleno luar quem sabe talvez,

Mas quero mais simplicidade, para ser cores da primavera.

Sinto amor que neste exato momento, sou mesmo violeta

Fragrância sutil , impercebível ao mundo mas me completa.

Em ti sou como sou ,flores de saudade um quadro de têmpera .

Violetas em mim te entregando assim meu amor sem fim...

Marli Franco

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Adorável Setembro

Quando o sol chega avisando na estrada

Que os dias vão ser repletos de floradas

A poesia vem chegando leve na alma

Alinhando o meu ser replantando a calma.

Quando setembro chega a vida resplandece

O perfume livre do jardim é que prevalece

Ao som das aves despertando a bela aurora

Energizando o meu corpo o sol beija no agora.

Sente como a natureza comemora a vida

O amor é a luz que cria a energia envolvida

A alegria do equinócio surgi e transparece.

Revigora-me o eterno amor adorável

Acompanhando a natureza impecável

Eu por ti renovo o amor que me aquece.

Marli Franco

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Em Primaveris

Retorno o olhar aos passos passados

No deserto, na areia nas cinzas os legados

Não vejo detalhe, mas as marcas deixadas

Dos pés calçados e hoje sandálias despojadas...

Retorno o olhar nas letras viventes

Dias passados flores de setembro luzentes

Ouço canções românticas lembranças de amor

Sorrisos soltos efusivos sonhos de ontem clamor...

Rever faz inconfundível a lição

A magia fica na maestria da evolução

Ilumina o mestre evolui o aprendiz.

Reciclo os dias, removo as cinzas ajardino

Olho as flores e vejo todo esplendor divino

Esqueço meus passos transmuto...em primaveris.

Marli Franco

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O Vento e a Cerejeira

A cerejeira sentiu aproximação suave de algo no ar. Sentiu que a espreitava na espera do sol raiar, tentando ainda não se manifestar.

O tempo parecia parado nos primeiros minutos do dia que belamente nascia.

Olhou o céu e as nuvens se espreguiçando delicadamente a cerejeira. O tempo ali era desnecessário, o seu olhar voltou ao chão no campo verde do parque ansiava pela presença refrescante do seu passeio.

E assim a cerejeira se envolveu para esperar o seu sonho que não tardava a chegar. Ela sabia que o vento estava a segurar no máximo do seu limite para dançar com suas flores.

Em um toque inesperado ela o viu se aproximar, arrojado loucamente refrescante. O vento se enredou em seu corpo de flores os elevando ao ar na dança ancestral das floradas.

As lufadas eram fortes, mas o toque incrivelmente suave para não deixar nenhuma das suas pétalas caírem ao chão pois ainda não era tempo da renovação.

A manhã corria com suas horas, mas as flores da cerejeira bailavam nos braços do vento sem se importar com nada além dele e seus feitiços de abraços.

Enquanto ela deixava sua fragrância em suas ondas para ficar inesquecível pois assim o vento depois voltaria morrendo de saudades, como agora em sua coreografia matinal.

O vento sabia do seu feitiço, mas ela não sabia o quanto a sedução das suas flores o deixava a mercê deste amor inebriante.

O segredo com laços do amor os envolvia :a cerejeira não suportava sua ausência e o vento resistia em não partir.

O Vento e a Cerejeira assim se envolveram em danças, fragrâncias das flores e as ondas refrescantes quando unidos um presente de aromas de Amor oferecido ao Universo.

Marli Franco

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