Futuro incerto, mas não vazio de esperanças
Junho, julho, agosto ...já estamos em setembro e nada de chuvas,
Não que isso seja estranho ou fora da normalidade do cerrado candango.
Por aqui a natureza se protege perdendo folhas,
Preparando suas flores, frutos e sementes
Numa estonteante alegria de ipês de várias cores
rosa, amarelo, roxo e branco.
Não é para sempre a falta de água...ou mesmo o calor extremado.
Mas algo mudou...vem mudando e criando um novo normal
O que temos visto a cada dia é uma névoa espeça e cheia de fumaça.
Não é a névoa seca com a qual já estamos habituados
É cheia de fuligem, de poeira e cheiro de queimadas.
Não, não é fruto de raios em noites de tempestades,
Nem mesmo da combustão espontânea de plantas ressequidas.
Não é difícil ver ao longe colunas de fumaça em vários pontos do horizonte,
O fogo que a tudo consome é uma realidade cruel,
mas não é fruto da natureza.
É fruto da ganancia de alguns e do desejo de poder
É o antropoceno em sua pior face!
Queimadas a destruir o cerrado
Invadindo reservas naturais – floresta nacional, parque Burle Marx...
Não há limites ou barreiras
O fogo destrói toda a vida que está em seu caminho,
Pouco importando a intenção de quem o iniciou
Ou mesmo o propósito com o qual o criminoso justifica seu ato.
Todos perdemos: a natureza e os seres que a habitam.
Futuro incerto provocado por alguns de nós.