Que culpa seria a sua?

Aquela árvore frondosa,

a mais bonita da rua,

um instante e ela se foi.

Que culpa seria a sua?

Na lâmina da motosserra

o seu destino se encerra

numa realidade crua.

Tombando débil e nua

entre nuvem de poeira

para tristeza geral.

A sabiá costumeira

não esconde o seu espanto

reage com triste canto

e se afasta ligeira.

Uma olhada derradeira

para a sua antiga morada

que o progresso aniquilou.

Lá cantava a passarada...

Um trabalho sem igual,

a casa do pica-pau

agora estraçalhada.

A Natureza assustada

com tanta violação

dá sua resposta ao Planeta.

Até quando a agressão?

Pelo desenvolvimento

ocorre o desmatamento

com o verde em extinção.