Queimadas

Queimadas

Em campos verdes onde o sol brilhava,

Agora cinzas se espalham no ar,

A natureza chora, silêncios que lavam,

Memórias de vida, um triste encantar.

Fumaça dançante aos céus se eleva,

Chamas vorazes em frenesi,

A fauna e a flora, a dor que não cessa,

Um grito perdido, um lamento em mim.

E os pássaros voam, buscando abrigo,

Despertam de sonhos que a dor não esqueceu,

Onde antes haviam lares, agora é um perigo,

A terra seca clama: "Olhem por eu!".

As árvores nuas, despojo de vida,

Falam em silêncio, seu grito é profundo,

Queimadas que rugem, a terra ferida,

Nos mostram que somos parte desse mundo.

Mas surgi, esperança, a luta é constante,

Replantar o que foi perdido é a meta,

Unindo as vozes, num coro vibrante,

Por um amanhã onde a luz não se ausenta.

Queimadas, que ensinam, que fazem pensar,

No impacto do fogo, no ser e no estar,

Que sejamos guardiões do que resta,

E do amor à natureza, a chama manifesta.

Vera Salbego