Entre as cinzas, a floresta chora,

O verde queima, e a vida implora.

Bichos correm, sem rumo, sem casa,

Na fumaça densa, a esperança se arrasa.

 

O fogo consome, o vento espalha,

A mata grita, a vida se esvai na mortalha.

As asas caídas, o olhar sem brilho,

O cerrado morre, o Pantanal é filho.

 

Governantes distantes, olhos cegos,

Promessas vazias, discursos egoístas e entregos.

Enquanto o fogo avança, lento e voraz,

A incompetência reina, e o futuro jaz.

 

A terra pede, o céu escurece,

E o coração do Brasil, em silêncio, padece.

Quem ouvirá os gritos do chão?

Quando a fumaça é o véu da destruição?

 

Que a chama se apague, que a vida renasça,

Mas o que se perdeu, o tempo não abraça.

E os bichos, na memória, deixarão a marca,

De uma nação que, em fogo, se apaga na arca.

 

Barbosa Thiago
Enviado por Barbosa Thiago em 15/09/2024
Reeditado em 15/09/2024
Código do texto: T8152319
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.