AMAZÔNIA QUE VIVE EM MIM
AMAZÔNIA QUE VIVE EM MIM
Tana kanata ayetú
Sany supi tana ritama.
Sany! Jenó tanu indá may-sangara
Indá suí saisu
Nossa luz radiante (Deus),
Vem para nossa aldeia.
Vem! Ouve nosso canto ancestral,
Canto de amor.
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Navego por águas profundas,
A lua me guia, o sol me aquece,
O frio da madrugada me envolve
Enquanto meu barco segue seu curso
E a floresta ao redor se refaz.
Esqueço o tempo,
As horas congelam,
Somente a imagem persiste.
A mata canta —
Pássaros, bichos,
Anunciam vida no rio e nas barrancas.
Casas flutuam nas águas,
Buscam porto seguro.
A seca ameaça,
Peixes lutam contra o calor,
A água ferve com a febre da terra.
Nhanderú, nos envia um sinal!
O mundo precisa ver
A beleza que aqui definha,
Bichos fogem do calor,
O fogo veloz devora a vida,
Chamas consomem plantações,
Animais em fuga,
E a floresta arde sem controle.
Na Amazônia há mais que floresta.
O ribeirinho faz sua farinha,
O indígena pesca tambaqui,
Planta na várzea,
Ajuda os quelônios a resistirem,
Mas o predador somos nós.
Exploramos o que vemos
Sem pensar no amanhã.
Somos um só povo,
Vivendo na casa comum.
Devemos proteger o clima,
Evitar a queda do céu,
Sustentar o planeta,
Pois a vida existirá
Mesmo quando partirmos.
Ser ancestral é missão,
Ser um bom ancestral é escolha.
Não pense, aja!
Proteja quem te dá luz,
Proteja a Mãe Natureza.