Kabitutu

Belém, 1 de setembro de 2024.

Secou a folha

Secou a escolha

E com elas as vistas do paraíso

Havia um rio

Que fosse um fio

Filete de água pra rumar o amanhã

Corriam mil peixes

Não, não me deixem

Pássaros e eu a sentir fome agora

Barro da terra

Ouro é a guerra

Morte dos veios e que fica nas veias

Ninguém falou destes danos?

Ninguém sabe dos autores dos crimes?

Sobrou do leito apenas um risco

Que ele um dia volte a se tornar um grande rio

A começar por meu choro