Anatomia das Estações

No esqueleto do inverno

A frieza se entorta em cada ócio

E os ossos do gelo refletem uma luz morta

Os músculos da terra

Tensionados guardam

Segredos do cosmos onde o saber se embriaga

A primavera estira seus tendões de flores

O sangue verde pulsa nas veias das cores

Racionalista a mente

Em um estalo, espanta

A dúvida que ronda

Verão um calor implacável

Fervor que queima

A filosofia se afunda na dúvida extrema

Uma voz sussurra nas sombras do sol

A vontade de potência, o eterno retorno

O rol

No outono o despojo

A decadência e um fim

Anatomia da vida, um ciclo sem fim

As folhas caem em slow motion,

[ressignificação]

E o saber com ironia, confronta a razão

O autoconhecimento, personificado, sorri

Na paranoia da certeza, não há paraíso aqui

Mas que se faz o paraíso em sí

O iluminismo, um farol e o racionalismo é uma lenda

Ambos na dualidade, se estendam

Cada estação é uma parte

Um capítulo da epifania

O saber e o sentir

Se encontram em harmonia

Assim, na estrutura do tempo, vemos a visão

Do conhecimento, da natureza e dessa eterna reflexão

Anna Gonçalves
Enviado por Anna Gonçalves em 26/08/2024
Reeditado em 31/10/2024
Código do texto: T8137485
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