Anatomia das Estações
No esqueleto do inverno
A frieza se entorta em cada ócio
E os ossos do gelo refletem uma luz morta
Os músculos da terra
Tensionados guardam
Segredos do cosmos onde o saber se embriaga
A primavera estira seus tendões de flores
O sangue verde pulsa nas veias das cores
Racionalista a mente
Em um estalo, espanta
A dúvida que ronda
Verão um calor implacável
Fervor que queima
A filosofia se afunda na dúvida extrema
Uma voz sussurra nas sombras do sol
A vontade de potência, o eterno retorno
O rol
No outono o despojo
A decadência e um fim
Anatomia da vida, um ciclo sem fim
As folhas caem em slow motion,
[ressignificação]
E o saber com ironia, confronta a razão
O autoconhecimento, personificado, sorri
Na paranoia da certeza, não há paraíso aqui
Mas que se faz o paraíso em sí
O iluminismo, um farol e o racionalismo é uma lenda
Ambos na dualidade, se estendam
Cada estação é uma parte
Um capítulo da epifania
O saber e o sentir
Se encontram em harmonia
Assim, na estrutura do tempo, vemos a visão
Do conhecimento, da natureza e dessa eterna reflexão