FRAGMENTOS DA NATUREZA.
Retorno pra falar sobre onde piso,
Sem compasso, sem guizo,
Só uma poeira teimosa e fina
Que dificulta minha rima.
Que já estava ali deitada,
Só se mexeu pelas passadas
E voltou a ser poeira,
Desde sempre a pioneira.
Já passou soldados e magos,
Escravos e libertos pagos,
Senhoras e donzelas,
Nem sempre as mais belas.
Agora passo eu presunçoso
Achando-me humano honroso,
Sem saber, perturbando com asneiras
A velha e fina poeira.
Que sabe toda a história
Com todas derrotas e glórias,
Sem querer ser juízo
Apenas poeira, sem lugar preciso.