Primeiro, veio a chuva.
 E, lavou minha alma... 
 Enxaguou-me com calma

 

 Tirou meus pruridos
 Não sentia a pele nem os ossos
 Não percebia nem os entes queridos.

 

 Fiquei sem acessos.
 A solidão feudal encastelou-se
 no umbral recôndito.

 

 Escondi minha face.
 Meu sorriso discreto
 Abrandou-se ainda mais...
 

Tornei-me uma alface
 verde, lisa e de gosto secreto.

 

A chuva cessou.
 A roupa secou.
 A face ainda orvalhada
 Guardava os pensamentos.
 Eram amarrotados sentimentos.
 De quem após ao dilúvio.
 Desabrochou.
 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/07/2024
Código do texto: T8107694
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.