Sinfonia Imaginária
Pensas em percorrer trilhas imaginárias,
Debulhadas das corredeiras em cachoeiras,
Em que, ofegante, chegas ao ponto de partida,
Almejas chegar sem jamais alcançar?
Pensas nas chamadas distantes,
De sons acústicos que trovejam no ar,
Na entoada de canções desafinadas,
Que em ecos longínquos parecem vibrar?
Pensas em instrumentos de cordas e tamborins,
Dos tambores distantes que ecoam, retumbantes,
Ao sinal da fumaça que se eleva aos confins,
Erguendo-se ao céu em tons flutuantes?
Pensas no canto e gorjeio dos pássaros ao entardecer,
Enquanto o som se dispersa sobre o mar,
Pensas no vale, no silêncio do anoitecer,
O pio da coruja, a noite a passar?
Oh, iluminados pensamentos na escuridão da fiel imaginação,
Bem-vindo, sol, que traz a doce renovação.