Ratatouille do novo mundo
Rio de Janeiro, 2021/2024
Almeja a calma esmeralda do próspero
Fóssil que sabe a impureza que come.
E a fome tratada por qualquer nome
Tem o mesmo gosto de desespero.
Comida tem o dissabor do mísero
Em que foi preparada, com inhame
Em vez de berinjela a boca come
O limpo tubérculo em equilátero.
Com os corpos em estados simbólicos,
Ásperos, imundos e gastronômicos
No banquete dos ingratos maldispostos.
Quem arrasta os humanos indispostos
Não é a gravidade e sim eufônicos,
Com os olhos verdes e dentes cônicos.