Saber das árvores

Sabem as árvores das suas infâncias?

Têm em suas memórias lembranças dos pais?

Guardam na memória os dias de chuva e sol;

As noites frias, silenciosas e solitárias?

Sabem as árvores dos demônios que andam

Com duas raízes, dois galhos e um tronco estranho;

Que as ferem mortalmente com seus metais

Para depois sepultá-las horizontalmente?

- A casa que dá proteção aos humanos

São as sepulturas das árvores!

Sabem as árvores dessa vida pós-morte?

O que sabem as árvores das companheiras

Que viram brasa e cinzas para aquecer as noites?

Acaso comportaram-se mal para ter tal destino

E por isso foram condenadas ao inferno do fogo?

Que fim humilhante levam as que se aliaram aos algozes

Compondo suas armas, como machados e facões;

São condenadas ao ostracismo, amaldiçoadas?

E as que são modificadas, transformadas em arte?

Sabem as árvores dos dias e das noites de terror

Quando são varridas pelas chamas devoradoras

E suas moradas serem transformadas em fumaça?

As chuvas que caem sobre as cinzas são lágrimas?

Sabem as árvores das que morrem afogadas

Juntamente com seus inquilinos que não falam?

O que dizem as árvores da majestosa aroeira

Que não se deixa carcomer pela terra e cupim;

Seria um protesto para mostrar superioridade?

Sabem as árvores que o homem sabe nada sobre elas;

Que quando as matam sevem de adubo quando plantados?

- Há humanos desumanizados, mas árvores nunca serão

Desarvorizadas, pois não servem para si, mas para ser.

COSN

Poeta matemático
Enviado por Poeta matemático em 11/06/2024
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