Nas águas agitadas
Poesia
Nas águas agitadas da tristeza profunda,
Minha casa invadida, a dor fecunda.
Inundação cruel, sem pedir licença,
Levou meus livros, minha escrita, minha crença.
Palavras afogadas, nos versos perdidos,
Meu refúgio submerso, meus sonhos corroídos.
Páginas em branco da minha existência,
Amarrotadas pelo fúria da decadência.
Escritora sem voz, sem tinta nem papel,
Meu santuário de histórias desfeito no cruel.
Entre as águas que levaram o meu ser,
Restou a esperança de um dia renascer.
No silêncio das paredes molhadas,
A semente da escrita, mesmo devastada.
Reconstruirei meu mundo com nova essência,
Das cinzas da inundação, renascerá minha emergência.
Vera Salbego
10/05/2024
16:35