É MORRENDO QUE SE VIVE

O outono chega ao fim, na França.

Mas suas marcas permanecerão ainda um tempo...

Os plátanos se erguem encantadoramente

Sobre estradas, ruas, praças, parques, jardins, florestas...

Oferecem aos passantes, conterrâneos, estrangeiros, peregrinos,

Os mais lindos tapetes matizados, que deixam cair de seus galhos!

Daqui a pouco, tudo estará diferente...

Os troncos desnudos, como se tivessem sido abandonados pela vida,

Abundarão em todos os ambientes, sem cores, sem graça, sem belezas...

Pelo chão, as folhas ressequidas e coloridas, pisadas por pés que vão passando,

Transformar-se-ão em migalhas que virarão pó

E tornar-se-ão alimento para a vida que dorme na terra.

Outras tantas serão levadas pelo vento...

Rolarão pelas ruas, tentando preservarem-se nos cantinhos das calçadas,

Para não fugirem à sua destinação final:

Alimentar a vida que dorme no seio da terra...

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Silenciosos, adormecidos e ignotos,

Troncos, galharias desnudas e sementes espalhadas por instrumentos divinos,

Farão acontecer o milagre da ressurreição, no tempo certo...

E novos brotos, no ar e no solo, arrebentando a terra bruta,

Despontarão para o sol, para a claridade, para a vida.

Crescerão onde quer que seja, primeiro verdes, mais tarde, coloridos,

Para o encantamento dos olhos e dos sentimentos

Daqueles que sabem enxergar e sentir

As maravilhas que Deus faz misteriosamente para nós!

Nevers, 30/10/2011

NEUSA RAMOS
Enviado por NEUSA RAMOS em 30/04/2024
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