O que mais dizer do tempo?

Como o tempo passa!

Tênue e fugaz!, ele voa!,

assim como que tivesse asas

e que fosse fluido e salaz.

E cada quem, abocado na sua cancha,

sofre as agruras desse passar fatigante!

Uns se equilibram na corda bamba;

outros no fio da navalha;

uns muitos perdem-se em lamúrias.

Todos, entretanto, estão nesse passar;

queira ou não, cultivam e colhem:

alguns, tempestades;

alguns outros, temperança.

Mesmos os deitados nos braços da sorte,

lambrecados de gozos,

não são incólumes ao tempo!

Não há vacina, nem antibióticos,

tampouco rezas ou xarope

ou coisa outra qualquer...,

que impeça o causticante do tempo!

O tempo e de muito indigesto!

– no mais das vezes –